quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Trabalho e Educação

Faz-se imprescindível a compreensão das influências da relação entre o capitalismo e a educação. Mesmo com a libertação das influências da Igreja e do Militarismo a partir da pós - modernidade, ainda sofremos a influência do capitalismo - que gerou a escola dualista. Esta descaracterização da escola, estabelecendo dois princípios norteadores, gerando consecutivamente a inclusão e exclusão, foi amplamente criticada por alguns teóricos.

O atual modelo de escola ainda está preso a uma formação tradicional, formando alunos que aprenderam a ser iguais aos seus professores, a reproduzirem o mesmo conhecimento massificado. Em contrapartida, a sociedade está calcada na tecnologia, no acesso rápido à informação (que não encontra ao alcance de todos) e o mercado de trabalho busca um profissional eclético, crítico, versátil.
O interesse por esta disciplina vem da minha inquietação sobre a educação do nosso país e como a mesma pode contribuir para a redução das desigualdades sociais e a melhoria das relações de trabalho, pois entendo que todos independentes da sua classe social, cor, religião e pensamento, possuem o direito de ter um ensino público e gratuito. Educar é um ato político, que possibilita a um indivíduo ser um sujeito na sua história; a partir do momento que o mesmo entende o seu estar no mundo, sua realidade social, possui mecanismos de intervenção para transformá-la – assim a escola assume sua função humanizadora.
Se tivermos uma educação mais qualificada, uma política que invista totalmente na educação iremos atingir sempre os melhores patamares em relação ao trabalho e economia. O indivíduo que detém uma amplitude de conhecimentos terá a possibilidade de galgar melhores cargos, refletir acerca do seu ambiente de trabalho, das relações entre capital e trabalho, além de poder ocupar melhores cargos dentro da profissão escolhida e contribuir para um melhor desenvolvimento do seu país.
A educação possui uma extrema relevância nas relações sociais e na reflexão de suas desigualdades; é necessário que todos que façam parte destas relações contribuam para a adoção de medidas mais eficazes, deixando desta maneira de inserir medidas de curta interferência nesta realidade.
Quando se fala na qualidade da educação, está-se pensando como resultado de todo um processo da aprendizagem dos sujeitos envolvidos. Essa aprendizagem resulta do desenvolvimento dos objetivos propostos, almejando a construção da cidadania. Assim, podemos dizer que a qualidade tão desejada é uma qualidade social, pois ela só será conquistada a partir do comprometimento de todo o conjunto dos processos e, como o capitalismo está se tornando cada vez mais exigente, buscando profissionais mais competentes. Deve-se pensar como está sendo preparado o profissional da educação, se há necessidades de adequações dos profissionais que estão sendo postos no mercado de trabalho, se eles estão aptos a atuar no mercado, conforme as exigências do mesmo.
O profissional de educação deverá estar qualificado, conhecendo as novas tecnologias, bem como as capacitações ou qualificações que estão sendo desenvolvidas em todas as instituições privilegiadas. O conceito de educação não pode ser específico e sim, amplo, pois a educação ocorre em vários lugares, institucionalizados ou não, sob várias modalidades. Todavia, os problemas e dilemas continuam, persistem velhos preconceitos, mantém-se o apego a teses ultrapassadas, às vezes com o frágil argumento de que são conquistas históricas. A conquista de hoje também será histórica amanhã.
Destarte e não obstante tímida iniciativa na área observa-se que os governos não investem o suficiente e nem de maneira séria na educação, incluindo-se aí a preparação, a atualização e a reciclagem dos professores e demais profissionais envolvidos no processo. O profissional é mal remunerado, mal preparado e pouco valorizado e sendo assim, não se sente motivado e nem responsável pela qualidade da educação que está ministrando aos seus educandos, esquecendo-se também que, na realidade, os alunos de hoje são os cidadãos de amanhã.
Disso tudo emergem profissionais desqualificados, principal razão para a situação caótica em que se encontra a educação no nosso país. Todo profissional, seja ele qual for, salvo raríssimas exceções, tem que passar pela mão do professor. Não adianta investir em programas sociais ligados à educação e em outros programas correlatos, se não se possui uma política séria de investimento e qualificação dos nossos educadores que na realidade, são os responsáveis pela inserção dos cidadãos, de forma adequada, na sociedade onde vivem.
Se não temos uma educação de qualidade, se não investimos nos nossos educadores, como vamos ter cidadãos de qualidade? Todo ser humano, independentemente de sua classe social, tem direito a um ensino de qualidade e recebendo uma educação de qualidade, obviamente que terá as suas chances aumentadas e maiores oportunidades no mercado de trabalho, A sociedade será melhor e mais produtiva, enfim, todos serão beneficiados. Uma sociedade sem educação e sem qualificação produz um país com as mesmas características, condenando os seus cidadãos ao subdesenvolvimento.

*Contribuíção da nossa Técnica em Educação Zulma Peixoto
 

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