terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Atribuições do Nutricionista na Coordenadoria Regional de Educação



Assessorar aos Gestores escolares com relação ao gerenciamento da unidade de alimentação escolar (UE);
Realizar diagnóstico das condições estruturais e sanitárias das UEs;

• Elaborar plano de ação para correção das não conformidades encontradas;

• Elaborar manual de boas práticas de manipulação de alimentos nas UEs;

• Elaborar procedimentos operacionais padronizados (POPs) para as UEs.


Realizar visitas periódicas de inspeção e acompanhamento as UEs.

Supervisionar o cumprimento das boas práticas de manipulação dos alimentos desde o recebimento dos gêneros alimentícios até distribuição das refeições aos alunos;

• Supervisionar o cumprimento do cardápio e a aceitação da alimentação pelos alunos;

• Verificar a qualidade dos gêneros alimentícios entregue nas escolas pelos fornecedores;

• Elaborar relatórios e pareceres técnicos das visitas às escolas e encaminhá-los as coordenadorias competentes;

• Realizar treinamento em serviço com manipuladores de alimentos e gestores escolares;

• Articular o remanejamento de gêneros alimentícios entre as Unidades Escolares da CRE.



Planejar e desenvolver formação continuada para manipuladores de alimentos e gestores escolares relativa à segurança alimentar e nutricional dos escolares

Articular-se com a direção e com a coordenação pedagógica da escola para o planejamento de atividades lúdicas como conteúdo de alimentação e nutrição.



Planejar e coordenar a avaliação nutricional dos escolares

Capacitar os agentes do PNAE.

• Promover palestras tendo como público alvo os pais e comunidade.

• Estimular a identificação de crianças portadoras de patologia e deficiências associadas à nutrição e realizar encaminhamentos aos centos de saúde, para que recebam o atendimento adequado no PAE (Programa de Alimentação Escolar).


Desenvolver projetos e realizar pesquisas na área de alimentação e nutrição escolar

Participar de reuniões de integração com equipes da CRE e CAS com objetivo de pensar coletivamente a alimentação escolar e buscar estratégias para aprimorá-la

Colaborar na formação de profissionais na área de alimentação e nutrição

Supervisionar e orientar o trabalho de técnicos de alimentação escolar e de estagiários de nutrição.


Este texto foi contribuição de nossa nova Nutricionista, Renata Queiroz. Que estará nos acompanhando este semestre. Para entrar em contato com Renata basta ligar para: 8786-6082; 9249-9532 . ou através do email: nutrirenata.pms@hotmail.com















































segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Avaliação Diagnóstica, Formativa e Somativa



O ano letivo começou, e então você já deve estar pensando, “ começa tudo de novo, e terei os mesmos problemas que tive no ano anterior”. Bem, se essa é a sua atual visão das coisas, quero lembrar que a definição de loucura é “fazer tudo do mesmo jeito e esperar que o resultado saia diferente”. Assim sendo, se você fizer exatamente o que fez no ano passado, certamente colherá os mesmos resultados ao longo deste novo ano.



Ocorreram problemas de indisciplina ? Baixo aprendizado ? Se a resposta foi SIM para uma das perguntas ou para ambas então você precisa repensar a sua prática atual ! E a melhor maneira de fazer isso é perguntar-se: “ como os meus alunos estão chegando ? quem são eles? O que eles já sabem? O que precisam aprender ? como eles poderão aprender melhor ? “.


Lembre-se que o Planejamento não é sobre você ou suas necessidades. Quem dita o quê e o como, são os alunos. São as necessidades DELES que precisam ser atendidas. Para isso é preciso investigar e encontrar as respostas para as perguntas que foram feitas anteriormente.


A ferramenta que você usará para responder à essas perguntas é realizando a Avaliação Diagnóstica. Não importa a matéria que você leciona, ou o grau de ensino. Quer seja no Infantil, Fundamental, Médio, Técnico ou EJA, a Avaliação Diagnóstica presta-se ao mesmo objetivo: diagnosticar, verificar e levantar os pontos fracos e fortes do aluno em determinada área de conhecimento.


É importante frisar que, infelizmente, muitos Professores utilizam apenas prova escrita para a realização desta avaliação. Quando na verdade existem mil e uma maneiras de realizar este levantamento de forma que os resultados sejam mais verdadeiros que aqueles levantados em uma mera prova escrita.


Esta avaliação não se restringe apenas ao início do ano letivo, porém deve ser usada ao longo do processo de aprendizado, para isso lance mão de dinâmicas, jogos, debates, desafios, apresentações, vídeos, produções musicais, construção de maquetes, resolução de problemas, brincadeiras, criação de blogs, fórum, etc.


Quando utilizada no início do ano letivo a avaliação diagnóstica fornece dados para que o planejamento seja ajustado e contemple intervenções para retomada de conteúdos, ou realização de encaminhamentos para reforço escolar, e até mesmo para Especialistas (Psicólogo, Fonoaudiólogo, Psicopedagogo), e quando feita ao longo do ano possibilita que tanto o aluno quanto o Professor possam refletir sobre a utilização de novas estratégias de aprendizado.


Jamais os dados da avaliação devem ser usados para classificar ou rotular o aluno em “aluno bom” ou “ aluno ruim”. O Professor deve ter em mente que a avaliação oferece um momento de aprendizado para ambos, professor e aluno. Enquanto Professor é possível verificar quais estratégias estão ou não funcionando, além de ser possível constatar quais hipóteses os alunos estão levantando na internalização e construção de determinado conceito.


Já para o aluno, com o devido feedback do professor, torna possível a compreensão e mensuração do conhecimento adquirido e quais hipóteses são verdadeiras ou falsas, para que o aluno possa descartar as falsas hipóteses e fique focado naquelas que o levarão ao aprendizado do conceito estudado. O feedback do professor lança a luz, clareando os chamados “ pontos cegos” em que o aluno se encontra tornando possível, assim, o avanço para a etapa seguinte do processo.


Nesta etapa a avaliação inicialmente diagnóstica, evolui para uma avaliação formativa, onde o processo de descoberta que induz a novas elaborações de aprendizado, sempre mediadas pelo professor, é o que de fato importa e conta.


A Avaliação Formativa é o tipo de avaliação que deveria prevalecer dentro das Escolas, por ser mais justo e atender de fato às necessidades dos alunos. Infelizmente, o que vemos é o uso da avaliação somativa, cujo único objetivo é meramente alcançar determinada nota para “passar” de ano, os alunos são rotulados pelas notas que alcançam e não são auxiliados onde de fato precisam de ajuda.


Por isso, antes de chegar “ ditando” o que você irá ensinar, comece em “ perguntando” o que os alunos já sabem para levantar o que eles de fato “precisam” aprender.


Quer compartilhar ? Quer dar mais idéias sobre avaliação diagnóstica ? Então aguardo seus comentários no blog.






BIBLIOGRAFIA SUGERIDA:

HOPFMANN, Jussara. Avaliação Mediadora: uma prática em construção da pré-escola à Universidade. P. Alegre. Educação e Realidade. 1993.

LUCHESI, C. Verificação ou Avaliação: o que pratica a escola? A construção do projeto de ensino e avaliação, nº 8, São Paulo FDE. 1990

WERNECK, H. Se você finge que ensina, eu finjo que aprendo. Vozes.Petrópolis. 1994.



Como fazer Avaliação Diagnóstica

By Roseli Brito
                                       
Início do ano, turma nova, Escola nova, enfim, como começar o trabalho com os alunos?



Nem pense em iniciar o trabalho pedagógico partindo da premissa do que você ACHA que os alunos já sabem. É preciso investigar, avaliar, levantar o que de fato a turma já sabe e o que ainda ela não sabe.

O instrumento para fazer isso é realizar a Avaliação Diagnóstica, que tem o objetivo de verificar a presença e a ausência dos pré-requisitos de aprendizagem adquiridos, ou não, na série anterior.

Não há um modelo de Avaliação Diagnóstica, cada Professor, conforme sua disciplina e os pré-requisitos que precisam ser trazidos da série anterior, é quem elabora atividades que levantem o que o aluno sabe e o que ele ainda não aprendeu.



1) Quando e porquê realizar a Avaliação diagnóstica:


. Realizada no início do curso, período letivo ou unidade de ensino

. Tem a intenção de constatar se os alunos apresentam ou não domínio dos pré-requisitos necessários (conhecimentos e habilidades) para novas aprendizagens, caracterização de eventuais problemas de aprendizagem e suas possíveis causas (cognitivo)

. Função: diagnosticar

. Serve para identificar alunos apáticos, distraídos, desmotivados (comportamentos)

De posse dos resultados da avaliação diagnóstica será possível o Professor ajudar os alunos das seguintes formas:

. Estimular o relacionamento entre os alunos, através de jogos e atividades dinâmicas

. Criar intervenções pedagógicas específicas que auxiliem o aluno a superar dificuldades

. Criar Rotinas que reforcem o comportamento positivo dos alunos

. Realizar mudanças no ambiente da sala de aula que favoreça o aprendizado

. Adotar novas práticas de ensino que estimulem a participação da turma



2) O QUE AVALIAR:  

Levantar Pré-Requisitos da série anterior

Muitos Professores sempre mandam email pedindo modelos prontos de avaliação diagnóstica. Creio que isso deve-se ao fato de que, para o Professor, não há a clareza do que ele deve levantar neste tipo de avaliação.
Quando você conhece o que deve diagnosticar, basta você criar atividades pertinentes a sua disciplina, e isso é algo que você já está acostumado a fazer quando elabora as tarefas, as provas, as dinâmicas, os textos, os vídeos, enfim, quando você elabora a sua aula.
Você precisa ter claro que deve verificar os objetivos e metas a serem atingidos na série atual, e levantar quais são os pré-requisitos que o aluno já deve ter adquirido na série anterior.
Por motivos óbvios, não é possível fazer neste artigo, um detalhamento de todos os pré-requisitos para todas as disciplinas e séries, porém a título de ilustração, tomarei como exemplo um aluno que ingressa no 6º. Ano, e que o Professor de Matemática precisa levantar se este aluno traz os pré-requisitos necessários para cursar o 6º. Ano e atingir os objetivos estabelecidos para esta série.

- Situação : O Aluno está matriculado no 6º. Ano (verificar quais são os objetivos desta série no que refere-se à Matemática).

- Levantar quais são os pré-requisitos que esse aluno deve ter , em Matemática, ao chegar no 6º. Ano

- Exemplos de pré-requisitos que o aluno já deve trazer do 5º. Ano em Matemática:

. Operações Fundamentais

- adição, subtração, multiplicação e divisão

- algoritmos das operações fundamentais

- utilização das operações fundamentais como ferramenta para a resolução de problematizações

- cálculo mental


. Frações

- conceito e representações

- leitura e escrita

- comparação de frações

- frações discretas e contínuas

- cálculo de fração de quantidade

- frações equivalentes

- simplificação

- operações com frações

- resolução de problemas envolvendo frações


. Porcentagem e Gráficos:

- conceito de porcentagem a partir das frações decimais

- cálculo de porcentagem através de frações equivalentes

- resolução de problemas envolvendo cálculos de porcentagem

- desenvolvimento de procedimentos e estratégias para coleta de dados e informações em pesquisa de diversas naturezas

- construção de procedimentos de apresentação de dados coletados

- construção, leitura e interpretação de diferentes tipos de representações gráficas (barra, linha, setores)


. Geometria: Medidas, Formas e Construções Geométricas

- conceitos: ponto, linha, superfície, vértice, aresta, ângulo

- linguagem geométrica

- polígonos

- triângulos e quadrilátero

- propriedades dos triângulos

- conceitos: escalas e simetria

- construções geométricas com o auxílio do compasso e do transferidor

- ampliação e redução de figuras

- sólidos geométricos



3) Como Avaliar: Instrumentos de avaliação

Existem diversos recursos e práticas de ensino disponíveis que podem ser utilizados no momento da avaliação diagnóstica. Idealmente, selecione mais de um dos instrumentos abaixo :

. Pré-teste;

. Auto-avaliação;

. Observação;

. Relatório;

. Prova;

. Questionário;

. Acompanhamento;

. Discussão em grupo;

. Estudos de caso (análise de estudos de casos com o objetivo de identificar como o aluno responde à avaliação);

. Fichas de avaliação de problemas (trabalhar com modelos de fichas de avaliação), etc.



A utilização dos instrumentos deve ser adequada ao contexto em que o professor se encontra. Por exemplo, aulas com muitos alunos inviabilizam a avaliação por observação ou acompanhamento, enquanto que disciplinas práticas possibilitam esses instrumentos de avaliação.

Não se surpreenda se, ao analisar os resultados levantados na Avaliação Diagnóstica você tenha de fazer ajustes no Planejamento. Afinal, quando o Planejamento é criado, o aluno ainda não foi avaliado, e portanto, o Planejamento é elaborado com base em um aluno “ideal”, e portanto, é um Planejamento longe da realidade dos alunos, pois o Professor o elabora baseado em suposições e não em dados reais.

O fato é que, quando as aulas começam a situação mostra-se outra: alunos com defasagens de aprendizado, com dificuldades em determinados conteúdos, e sem os pré-requisitos necessários para cursar aquela série.

E antes que você reclame que realizar a Avaliação Diagnóstica é uma “perda” de tempo porque você tem que “dar conta” do Planejamento até o final do ano, já lhe aviso: o objetivo maior que você deve cumprir é criar todas as condições para que todos os alunos adquiram as competências necessárias de aprendizado e não apenas para cumprir o Planejamento.



Por isso mãos à obra: comece o planejamento pela Avaliação Diagnóstica. Já diz o ditado “ Se você falha em não planejar, você com certeza, já planeja falhar”. Aguardo seus comentários no blog.



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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Mitos e verdades sobre o diagnóstico inicial

Vamos fazer um teste?
Neste teste, apresentamos 15 frases sobre as sondagens com alunos do 6º ano. Leia e responda se considera as afirmações verdadeiras ou falsas.

No fim do questionário, não há tabulação de erros e acertos. A intenção é convidar você a refletir sobre a função da avaliação inicial e apontar maneiras de fugir dos equívocos mais comuns.

1. Em uma disciplina com a qual o aluno nunca teve contato, o ideal é partir do pressuposto que eles não sabem nada sobre o conteúdo.


Verdadeiro.


Falso.



2. É preciso tentar identificar o que os alunos não sabem em vez de focar o que eles sabem.


Verdadeiro.


Falso.



3. A avaliação inicial não é sinônimo de prova.


Verdadeiro.


Falso.



4. O diagnóstico inicial pode ser realizado apenas verificando se as respostas dos alunos estão certas e erradas.


Verdadeiro.


Falso.



5. O diagnóstico inicial não precisa abranger todo o conteúdo da disciplina de uma só vez.


Verdadeiro.


Falso



6. O diagnóstico inicial não pode demorar muito tempo para ser concluído.


Verdadeiro.


Falso



7. Perguntas abertas – como “o que você sabe sobre números?” – podem induzir ao erro.


Verdadeiro.


Falso.



8. É essencial escolher atividades adequadas à competência e ao conteúdo a ser avaliado.


Verdadeiro.


Falso.



9. O objetivo da sondagem é que os alunos demonstrem o conhecimento de assuntos específicos e já decorados.


Verdadeiro.


Falso.



10. Não é preciso manter um registro dos saberes.


Verdadeiro.


Falso.



11. A avaliação inicial deve valer nota.


Verdadeiro.


Falso



12. As informações levantadas no diagnóstico inicial devem ser consideradas no planejamento das aulas.


Verdadeiro.


Falso.



13. Não é preciso realizar avaliações diagnósticas todos os anos, já que os saberes das crianças são bem parecidos.


Verdadeiro.


Falso



14. Em Língua Estrangeira, o professor deve fazer somente perguntas que não exijam respostas no idioma.


Verdadeiro.


Falso



15. Em Matemática, pode-se dar uma lista de atividades, sem que seja necessário que os alunos registrem suas estratégias de resolução.


Verdadeiro.


Falso.



Intencionalmente, não oferecemos aqui nenhum resultado ou classificação em perfil, uma vez que a intenção não é quantificar o conhecimento sobre o diagnóstico inicial. A reflexão sobre o tema, no caso, é o principal objetivo.



Diagnosticando a sala de aula:Investigação individual

Continuando com a temática "Atividades diagnósticas" separamos mais um texto bem interessante para ser utilizado como apoio ao professor. Boa leitura!

Ao realizar as atividades diagnósticas,o melhor é que a atividade seja feita individualmente, com o professor chamando um aluno por vez, que deve tentar escrever algumas palavras e uma frase ditadas. Enquanto isso, o resto da turma precisa estar envolvido em uma atividade diversificada em que não seja necessária a ajuda do professor (a cópia de uma cantiga, a produção de um desenho, um jogo etc.). Essa é a estratégia usada por Eduardo Araújo, na EMEB Helena Zanfelici da Silva, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. Alguns dias após o retorno às aulas, ele deixa as crianças envolvidas com jogos e brincadeiras sob a supervisão da estagiária que o acompanha em sala. Alfabetizador há mais de sete anos, Araújo sabe bem o valor da sondagem inicial. "Conhecendo a situação de cada aluno, consigo pensar melhor como será a rotina do bimestre e quais as intervenções devo fazer para ajudar os menos avançados a entender a lógica do sistema de escrita."


O ditado deve ser iniciado por uma palavra polissílaba, seguida de uma trissílaba, de uma dissílaba e, por último, de uma monossílaba - sem que o professor, ao ditar, marque a separação das sílabas (leia no quadro abaixo como preparar a lista de palavras). Após a lista, é preciso ditar uma frase que envolva pelo menos uma das palavras já mencionadas, para poder observar se o aluno volta a escrevê-la de forma semelhante, ou seja, se a escrita da palavra permanece estável mesmo num contexto diferente.

No começo de 2008, a escola onde Araújo leciona passava por grande reforma. Aproveitando a curiosidade das crianças, ele resolveu trabalhar com uma lista de objetos usados na obra do prédio. As palavras ditadas foram ferramenta, martelo, ferro e pá. E a frase escolhida foi: usei a pá na reforma.



Lista bem feita

Na sondagem, a escolha certa das palavras e da frase (e da ordem em que elas serão ditadas) é essencial. "O ideal é preparar uma lista de termos de um mesmo campo semântico, ou seja, agregados por uma unidade de sentido, e uma frase adequada ao contexto desse grupo", recomenda a formadora de professores Regina Câmara, do Programa Ler e Escrever. Deve-se evitar que as palavras tenham vogais repetidas em sílabas próximas, como ABACAXI, por exemplo, por causar um grande conflito para as crianças que estão entrando no Ensino Fundamental, cuja hipótese de escrita talvez faça com que creiam ser impossível escrever algo com duas ou mais letras iguais. Por exemplo: um aluno com hipótese silábica com valor sonoro convencional, que utiliza vogais, precisaria escrever AAAI. Os monossílabos ficam para o fim do ditado. Esse cuidado deve ser tomado porque, no caso de as crianças escreverem segundo a hipótese do número mínimo de letras, poderão se recusar a escrever se tiverem de começar por ele.



Observação e registro

Ficar atento às reações dos alunos enquanto escrevem também é fundamental. Anotar o que eles falam, sobretudo de forma espontânea, pode ajudar a perceber quais as ideias deles sobre o sistema de escrita. Na sondagem inicial feita com a lista de palavras relacionadas à reforma da escola, um aluno comentou com o professor Araújo:



- Ferro começa com "fe", de Felipe, não é? E termina com "o". Essa é fácil.



- Agora eu quero que você escreva "pá" - disse o professor.



O aluno parou um instante, tentou contar "as partes" da palavra com os dedos e ficou um pouco incomodado. Demorou bastante até se manifestar:



- Mas essa não dá para escrever. Fica só uma letra e isso não pode.



 O professor conseguiu perceber que a criança entrou em conflito, pois pensava que só se pode ler ou escrever palavras com três ou mais letras e, ao mesmo tempo, tinha construído a hipótese de que para cada emissão sonora uma letra basta.

Terminado o ditado, é imprescindível pedir que a criança leia o que escreveu. Por meio da interpretação dela sobre a própria escrita, durante a leitura, é que se pode observar se ela estabelece ou não relações entre o que escreveu e o que lê em voz alta - ou seja, entre o falado e o escrito - ou se lê aleatoriamente.

O professor pode anotar em uma folha à parte como ela faz a leitura, se aponta com o dedo cada uma das letras, se associa aquilo que fala à escrita etc. "Uma lista de palavras produzida pelo aluno, em situação de sondagem, sem a respectiva leitura, não permite analisar essa produção e identificar sua hipótese de escrita", afirma Regina.

Se o aluno escreveu LGA para o ditado da palavra martelo e associou cada uma das sílabas dessa palavra a uma das letras, é necessário registrar abaixo a relação de cada letra com uma sílaba. Há duas maneiras de fazer esse registro, usando marcação com sinais que indique quais as associações feitas pela criança:



LGA

(mar) (te) (lo)

Ou ainda:

LGA

É possível que o aluno utilize muitas e variadas letras, sem que o critério de escolha desses caracteres tenha alguma relação com a palavra falada. Nesse caso, se ele ler sem se deter em cada uma das letras, é necessário anotar o sentido que ele usou nessa leitura.

LPIEMAN

Esse tipo de marcação é importante, pois permite observar com mais clareza a hipótese que a criança tem e, posteriormente, os avanços que ela obtém ao longo do ano.



Atividades diversificadas

REGISTRE TUDO A observação da produção de cada um ao longo do ano mostra com clareza como ele avançou.Para que os alunos atinjam o objetivo previsto para o 1º ano - escrever alfabeticamente, ainda que com erros de ortografia -, o professor precisa acompanhar a evolução de todos, conhecendo os que demandam mais atenção, quantos têm hipóteses mais avançadas e os que estão alfabetizados. Esses últimos, particularmente, necessitam de outros conteúdos de ensino, como a ortografia.

O ideal é que seja construída uma tabela que contenha a evolução das hipóteses de cada um, comparando quanto evoluiu ao longo do ano. Com frequência, essa comparação traz agradáveis surpresas em relação aos que, apesar de não escreverem convencionalmente, realizaram avanços significativos em comparação com sua escrita do início do ano.

Com base nessa tabela, é possível também fazer uma análise crítica da rotina e das atividades que estão sendo contempladas. Será que todos interagem com outras fontes de texto e, nessa interação, refletem sobre a escrita e seu uso? Recebem informações de colegas mais experientes, que os ajudam a compreender o que está envolvido na leitura e na escrita? Têm a oportunidade de tentar ler por si mesmos? Contam com o apoio do professor, que oferece novas informações sobre a escrita e orienta seu olhar para os materiais escritos disponíveis na sala de aula, que podem ajudar no momento de decidir pelo uso de uma determinada letra? Encontram na escola um ambiente favorável à pesquisa, sendo encorajados a se arriscar e escrever segundo suas hipóteses?

É por meio das sondagens e da observação cuidadosa e constante das produções dos estudantes durante o ano que se pode saber em que momento se encontra cada um, se sua abordagem e rotina estão funcionando, qual a expectativa razoável de evolução para os que ainda se encontram em hipóteses mais primitivas e como ajustar o planejamento do trabalho para que, ao fim do ano letivo, todos estejam alfabetizados.




quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Diagnóstico na alfabetização para conhecer a nova turma

Mesmo antes de saber ler e escrever convencionalmente, a criança elabora hipóteses sobre o sistema de escrita. Descobrir em qual nível cada uma está é um importante passo para os professores alfabetizadores levarem todas a aprender.

Nos primeiros dias de aula, o professor alfabetizador tem uma tarefa imprescindível: descobrir o que cada aluno sabe sobre o sistema de escrita. É a chamada sondagem inicial (ou diagnóstico da turma), que permite identificar quais hipóteses sobre a língua escrita as crianças têm e com isso adequar o planejamento das aulas de acordo com as necessidades de aprendizagem. Ela permite uma avaliação e um acompanhamento dos avanços na aquisição da base alfabética e a definição das parcerias de trabalho entre os alunos. Além disso, representa um momento no qual as crianças têm a oportunidade de refletir, com a ajuda do professor, sobre aquilo que escrevem.


No Guia de Planejamento e Orientações Didáticas do programa Ler e Escrever, das secretarias estadual e municipal de Educação de São Paulo, a sondagem é descrita como uma atividade que envolve, num primeiro momento, a produção espontânea de uma lista de palavras sem apoio de outras fontes e pode ou não prever a escrita de algumas frases simples. Essa lista deve, necessariamente, ser lida pelo aluno assim que terminar de escrevê-la. O guia ressalta também que é por meio da leitura que o alfabetizador "pode observar se o aluno estabelece ou não relações entre aquilo que ele escreveu e aquilo que ele lê em voz alta, ou seja, entre a fala e a escrita".


As pesquisas sobre a psicogênese da língua escrita, realizadas por Emilia Ferreiro e Ana Teberosky no fim dos anos 1970 e publicadas no Brasil em 1984, mostraram que as crianças constroem diferentes ideias sobre a escrita, resolvem problemas e elaboram conceituações. Aí entra o que pode ser considerado uma palavra, com quantas letras ela é escrita e em qual ordem as letras devem ser colocadas. "Essas hipóteses se desenvolvem quando a criança interage com o material escrito e com leitores e escritores que dão informações e interpretam esse material", conta Regina Câmara, membro da equipe responsável pela elaboração do material do Programa Ler e Escrever e formadora de professores.


No livro Aprender a Ler e a Escrever, Ana Teberosky e Teresa Colomer ressaltam que as "hipóteses que as crianças desenvolvem constituem respostas a verdadeiros problemas conceituais, semelhantes aos que os seres humanos se colocaram ao longo da história da escrita". E completa: o desenvolvimento "ocorre por reconstruções de conhecimentos anteriores, dando lugar a novas construções". Diagnosticar o que os alunos sabem, quais hipóteses têm sobre a língua escrita e qual o caminho que vão percorrer até compreender o sistema e estar alfabetizados permite ao professor organizar intervenções adequadas à diversidade de saberes da turma. O desafio é propor atividades que não sejam tão fáceis a ponto de não darem nada a aprender, nem tão difíceis que se torne impossível para as crianças realizá-las.




As quatro hipóteses 


Ferreiro e Teberosky observaram que, na tentativa de compreender o funcionamento da escrita, as crianças elaboram verdadeiras "teorias" explicativas que assim se desenvolvem: a pré-silábica, a silábica, a silábico-alfabética e a alfabética. São as chamadas hipóteses. As conclusões desse estudo são importantes do ponto de vista da prática pedagógica, pois revelam que os pequenos já começaram a pensar sobre a escrita antes mesmo de ingressar na escola e que não dependem da autorização do professor para iniciar esse processo. "Todos eles precisam de oportunidades para pôr em jogo o que sabem para se aproximar pouco a pouco desse objeto importante da cultura", ressalta Regina.


Aqueles que não percebem a escrita ainda como uma representação do falado têm a hipótese pré-silábica. Ela se caracteriza em dois níveis. No primeiro, as crianças procuram diferenciar o desenho da escrita, identificando o que é possível ler. Já no segundo nível, elas constroem dois princípios organizadores básicos que vão acompanhá-las por algum tempo durante o processo de alfabetização: o de que é preciso uma quantidade mínima de letras para que alguma coisa esteja escrita (em torno de três) e o de que haja uma variedade interna de caracteres para que se possa ler. Para escrever, a criança utiliza letras aleatórias (geralmente presentes em seu próprio nome) e sem uma quantidade definida.
Essa etapa também pode ser dividida em dois níveis: no primeiro, chamado silábico sem valor sonoro, ela representa cada sílaba por uma única letra qualquer, sem relação com os sons que ela representa. No segundo, o silábico com valor sonoro, há um avanço e cada sílaba é representada por uma vogal ou consoante que expressa o seu som correspondente.


A hipótese silábico-alfabética corresponde a um período de transição no qual a criança trabalha simultaneamente com duas hipóteses: a silábica e a alfabética. Ora ela escreve atribuindo a cada sílaba uma letra, ora representando as unidades sonoras menores, os fonemas. Quando a escrita representa cada fonema com uma letra, diz-se que a criança se encontra na hipótese alfabética. "Nesse estágio, os alunos ainda apresentam erros ortográficos, mas já conseguem entender a lógica do funcionamento do sistema de escrita alfabético", explica Regina.


O professor deve realizar a primeira sondagem no início do período letivo e, depois, ao fim de cada bimestre, mantendo um registro criterioso do processo de evolução das hipóteses de escrita das crianças. Ao mesmo tempo, é fundamental uma observação cotidiana e atenta do percurso dos alunos. "A atividade de sondagem representa uma espécie de retrato do processo naquele momento. E como esse processo é dinâmico e na maioria das vezes evolui muito rapidamente, pode acontecer de, apenas alguns dias depois da sondagem, um ou vários alunos terem dado um salto", ressalta Regina. "As sondagens bimestrais são importantes também por representarem dispositivos de acompanhamento das aprendizagens para os pais, bem como um retrato da qualidade do ensino para as redes, que podem ajustar seus programas de formação continuada de professores em regiões onde os resultados mostram que os estudantes não estão evoluindo da maneira desejada."










domingo, 12 de fevereiro de 2012

Carnaval 2012




O carnaval é considerado uma das festas populares mais animadas e representativas do mundo. Tem sua origem no entrudo português, onde, no passado, as pessoas jogavam uma nas outras, água, ovos e farinha. O entrudo acontecia num período anterior a quaresma e, portanto, tinha um significado ligado à liberdade. Este sentido permanece até os dias de hoje no Carnaval. 

História do Carnaval 
O entrudo chegou ao Brasil por volta do século XVII e foi influenciado pelas festas carnavalescas que aconteciam na Europa. Em países como Itália e França, o carnaval ocorria em formas de desfiles urbanos, onde os carnavalescos usavam máscaras e fantasias. Personagens como a colombina, o pierrô e o Rei Momo também foram incorporados ao carnaval brasileiro, embora sejam de origem européia.
No Brasil, no final do século XIX, começam a aparecer os primeiros blocos carnavalescos, cordões e os famosos "corsos". Estes últimos, tornaram-se mais populares no começo dos séculos XX. As pessoas se fantasiavam, decoravam seus carros e, em grupos, desfilavam pelas ruas das cidades. Está ai a origem dos carros alegóricos, típicos das escolas de samba atuais.
No século XX, o carnaval foi crescendo e tornando-se cada vez mais uma festa popular. Esse crescimento ocorreu com a ajuda das marchinhas carnavalescas. As músicas deixavam o carnaval cada vez mais animado.
A primeira escola de samba surgiu no Rio de Janeiro e chamava-se Deixa Falar. Foi criada pelo sambista carioca chamado Ismael Silva. Anos mais tarde a Deixa Falar transformou-se na escola de samba Estácio de Sá. A partir dai o carnaval de rua começa a ganhar um novo formato. Começam a surgir novas escolas de samba no Rio de Janeiro e em São Paulo. Organizadas em Ligas de Escolas de Samba, começam os primeiros campeonatos para verificar qual escola de samba era mais bonita e animada.
Carnaval de Recife - Bonecos GigantesBonecos gigantes em Recife

O carnaval de rua manteve suas tradições originais na região Nordeste do Brasil. Em cidades como Recife e Olinda, as pessoas saem as ruas durante o carnaval no ritmo do frevo e do maracatu. 
Os desfiles de bonecos gigantes, em Recife, são uma das principais atrações desta cidade durante o carnaval.
Na cidade de Salvador, existem os trios elétricos, embalados por músicas dançantes de cantores e grupos típicos da região. Na cidade destacam-se também os blocos negros como o Olodum e o Ileyaê, além dos blocos de rua e do Afoxé Filhos de Gandhi


                                                   
                                     
                         Carnaval de Salvador
O carnaval de Salvador é um dos mais tradicionais e animados do país. Uma multidão de foliões saem as ruas nos seis dias de festa, marcada por muita alegria. O carnaval ocorre nas ruas da cidade, ocupando uma área urbana de cerca de 25 quilômetros. É também uma grande manifestação popular e cultural, pois reúne uma grande diversidade de estilos, manifestações artísticas e ritmos musicais.
O carnaval de Salvador é organizado em três circuitos: Osmar (Avenida), Batatinha (região do centro histórico) e Dodô (Barra-Ondina). Há também o desfile dos blocos afros e afoxés. A animação conta também com a participação de blocos de trio, de samba, alternativos, de índios e infantis. A axé music também se faz presente e garante a animação em todos os dias da festa.
Afoxé
O afoxé é um folguedo típico do estado da Bahia. Dança-cortejo ligada ao candomblé, acontece geralmente na época do carnaval. Resgata os principais aspectos rítmicos, linguísticos e religiosos da cultura africana.
Blocos Afro
Grupo carnavalesco que resgata nas vestimentas, instrumentos musicais e sonoridade os principais aspectos da herança cultural africana. O Ilê Aiyê é um dos blocos afros mais populares de Salvador.
Trio Elétrico
Estrutura musical (sonorização, palco) montada em cima de grandes caminhões. Criação típica do carnaval baiano, anima a festa popular com a participação de músicos de axé. Os trios percorrem as ruas de Salvador arrastando com muita animação milhões de foliões. O trio elétrico mais popular do carnaval de Salvador é o Chiquete com Banana.
Axé music
Este gênero musical surgiu da união entre o afoxé, maracatu, forró e frevo. É um ritmo tipicamente baiano muito presente na época do Carnaval. O axé espalhou-se pelo Brasil com o sucesso musical de cantoras como Daniela Mercury, Ivete Sangalo e Cláudia Leitte.

Caminhos para melhorar a Aprendizagem

Caminhos para melhorar a Aprendizagem 

1-Tamanho da turma 
Há evidências científicas de que a redução do tamanho da turma tem impacto na proficiência dos alunos. A magnitude dos efeitos, no entanto, está diretamente associada ao contexto do sistema educacional. Reduzir o número de alunos por turma requer espaço físico e professores qualificados para atender a demanda criada pelo aumento do número de salas de aula. Por isso, antes de implementar essa política, é necessário avaliar com cuidado o seu custo-benefício.


2-Composição da turma 

Se as escolas devem agrupar os alunos em turmas homogêneas ou heterogêneas é um tema controverso, sobretudo porque cada tipo de composição de turmas tem suas vantagens e desvantagens. Dessa forma, deve-se ter em mente o objetivo que se deseja alcançar. Caso o objetivo seja melhorar o desempenho dos alunos, estudos indicam que a composição de turmas homogêneas, com alunos de desempenho escolar semelhante, tem mais efeitos positivos. Existe risco de que essa política aumente a desigualdade de oportunidades entre os alunos, embora não haja evidências que possam comprovar essa relação.



                                                      
3-Qualidade do Professor

Estudos realizados na última década deixam claro que a qualidade do professor tem grande impacto sobre o desempenho educacional dos alunos. O melhor corpo docente, no entanto, não reúne necessariamente os professores mais escolarizados, os mais experientes ou os mais bem remunerados. Há uma ampla gama de informações, como desempenho efetivo dos alunos e avaliações da direção e da comunidade escolar, que também devem ser levadas em conta.

      
4-Calendário Escolar

A exposição do aluno ao conhecimento, ao longo do ano letivo, está relacionada ao planejamento e ao cumprimento do calendário escolar. Para que os alunos aprendam o conteúdo previsto para o ano no qual estão matriculados, é preciso garantir o mínimo de horas letivas obrigatórias, a presença do professor em sala de aula e a criação de oportunidades de recuperação e reforço ao longo do ano para alunos que necessitem. Estudos indicam que alunos que frequentam essas aulas fora do período letivo apresentam um desempenho acadêmico melhor do que aqueles que, apesar de precisarem, não têm essa possibilidade. Reduzir as faltas dos professores também tem impacto direto no aprendizado e na motivação dos estudantes, especialmente dos mais vulneráveis. 





    

Pesquisa retirada do site http:/paramelhoraraoaprendizagem.org.br ás 14:20