terça-feira, 7 de agosto de 2012

Uma palavra sobre Eduardo Oliveira



Faleceu dia 12 do último mês um dos pioneiros da poesia negritudinista brasileira, o poeta Eduardo de Oliveira, autor do "Hino à Negritude" que transcrevo a seguir, obra selecionada pelo Congresso Brasileiro como integrante do patrimônio nacional, de execução obrigatória em cerimônias e datas oficiais evocativas dos afrobrasileiros. Eis o desfecho da trilha que o amor "cordial" reserva aos heróis do povo negro no Brasil...


Abaixo, a nota emitida pela UNEGRO, colhida no Facebook do presidente dessa organização, Edson França

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Nota de Falecimento



"A União de Negros Pela Igualdade – UNEGRO manifesta pesar pelo falecimento do militante do movimento negro, Professor Eduardo de Oliveira, compositor do Hino à Negritude e Presidente do Congresso Nacional Afro-Brasileiro – CNAB.
Sua trajetória política em defesa da população negra e luta para superação do racismo é um exemplo a ser seguido por toda militância que desejam um Brasil próspero, justo e sem racismo.
A UNEGRO guardara do Professor Eduardo de Oliveira os mais belos ensinamentos, pois ele tinha profunda consciência de quem era os inimigos do povo. Combatia com destemor os racistas e defendia com paixão e doçura causa que todo movimento negro defende.
Que no Orun, ao lado de Abdias dos Nascimento, Hamilton Cardoso, Lélia Gonzalez, Arlindo Veiga, Beatriz Nascimento, José Correa Leite, dentre outros, protejam nossa luta!"

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“Hino à Negritude (Cântico à Africanidade Brasileira)



I

Sob o céu cor de anil das Américas

Hoje se ergue um soberbo perfil

É uma imagem de luz

Que em verdade traduz

A história do negro no Brasil

Este povo em passadas intrépidas

Entre os povos valentes se impôs

Com a fúria dos leões

Rebentando grilhões

Aos tiranos se contrapôs

Ergue a tocha no alto da glória

Quem, herói, nos combates, se fez

Pois que as páginas da História

São galardões aos negros de altivez

(bis)



II

Levantado no topo dos séculos

Mil batalhas viris sustentou

Este povo imortal

Que não encontra rival

Na trilha que o amor lhe destinou

Belo e forte na tez cor de ébano

Só lutando se sente feliz

Brasileiro de escol

Luta de sol a solenidades

Para o bem de nosso país

Ergue a tocha no alto da glória

Quem, herói, nos combates, se fez

Pois que as páginas da História

São galardões aos negros de altivez

(bis)



III

Dos Palmares os feitos históricos

São exemplos da eterna lição

Que no solo Tupi

Nos legara Zumbi

Sonhando com a libertação

Sendo filho também da Mãe-África

Arunda dos deuses da paz

No Brasil, este Axé

Que nos mantém de pé

Vem da força dos Orixás

Ergue a tocha no alto da glória

Quem, herói, nos combates, se fez

Pois que as páginas da História

São galardões aos negros de altivez

(bis)



IV

Que saibamos guardar estes símbolos

De um passado de heróico labor

Todos numa só voz

Bradam nossos avós

Viver é lutar com destemor

Para frente marchemos impávidos

Que a vitória nos há de sorrir

Cidadãs, cidadãos

Somos todos irmãos

Conquistando o melhor por vir

Ergue a tocha no alto da glória

Quem, herói, nos combates, se fez

Pois que as páginas da História

São Galardões aos negros de altivez.

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