domingo, 10 de janeiro de 2010

Alunos do ensino fundamental aprendem lições de democracia


                                                         



Há quem diga que política, futebol e religião não se discutem. Essa é uma idéia que não pode ser levada tão a sério, principalmente dentro de uma escola, pois é a partir da discussão de assuntos que fazem parte do cotidiano dos alunos que os educadores encontram brechas para ensinar noções de cidadania, democracia, respeito e vários outros temas necessários para a formação de cidadãos conscientes de seus deveres e direitos.

Por exemplo: algum professor da sua escola já ensinou a uma turma de ensino fundamental quais são as atribuições dos vereadores de uma cidade? Qual a diferença entre deputado federal, deputado estadual, governador, senador e presidente? Cada um desses profissionais é um servidor público e tem uma função específica. Os vereadores, como representantes mais diretos da população, têm o dever de ouvir a todos, conhecer as necessidades de cada comunidade e sugerir formas de melhorar a vida das pessoas. Vale lembrar que qualquer pessoa, independente de cor, credo ou classe social, nasce cidadã, não se torna cidadã depois de certa idade.


                                                    
                                                         Contribuição jovem

Partindo desse princípio, cabe aos vereadores ouvir as solicitações de crianças e jovens. E parte dessa atribuição vem sendo cumprida com a ajuda do programa Parlamento Jovem. De acordo com ele, os alunos da oitava série de escolas públicas e privadas podem fazer projetos de lei para serem entregues à Câmara Municipal. Os projetos dos estudantes devem obedecer às mesmas normas estabelecidas pela Câmara para os vereadores. "Ensina-se como se faz uma lei", explica Mariluce Lourenço, diretora de quinta a sétima série do ensino fundamental da Escola Augusto Laranja, de São Paulo.



"Depois que todos os alunos entregam os trabalhos, a escola recolhe o material e faz uma votação do melhor projeto. Aquele que for selecionado vai para o parlamento e, quando chega lá, pode ou não ser aprovado", diz. Segundo a diretora, após a seleção feita na Câmara Municipal, os vereadores informam se o projeto daquela escola foi escolhido.


                                                     
                                                                   Vereador por um dia

Em 2002, uma equipe da Escola Augusto Laranja decidiu fazer um projeto sobre a conservação do patrimônio histórico existente no centro da cidade de São Paulo. Mariluce conta que, para ser aprovado, o projeto deve ser inédito e pertinente às demais propostas do partido selecionado pelo aluno. A equipe de Igor José Lauricella Guedes cumpriu todos os quesitos necessários e, no final de 2002, o garoto se tornou vereador por um dia. O trabalho foi tão bem feito que acabou se tornando Projeto de Lei.
Agora, quase dois anos depois, o vice-presidente da Câmara de São Paulo, Dr. Farhat, colocou o projeto de Igor na emenda da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2005. Isso ocorreu, em parte, porque todos os projetos aceitos são arquivados e servem como um banco de idéias que pode ser utilizado pelos vereadores. Os estudantes, por sua vez, encontram nesse trabalho uma forma de estar mais perto da vida pública do País e conhecer, na prática, o sentido da palavra democracia. 


                                                                  

Pesquisado pela nossa Técnica Zulma Peixoto

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